
Mark Sommerfield - WPEu sei, eu sei… Algo pode se quebrar entre um disco e outro… Me parece que este é o caso nesse Getting Killed dos nova-iorquinos do Geese. A diferença entre este e o disco anterior – o excelente 3D Country, de 2023 – chega a ser ensurdecedora. Terá sido um reflexo da incursão-solo do cabeça da banda Cameron Winter e que resultou no disco Heavy Metal do finalzinho do ano passado ou é um daqueles casos em que tudo culmina para uma obra-prima?
Sim, Getting Killed já corre milhas de distância como um dos melhores discos de 2025 e, bem, considerando a quantidade de vezes em que uma onda de sensações percorreu meu corpo ao escutar faixas como Taxes e Cobra, posso cravar que este não é um disco qualquer.
Neste, Winter e companhia – Emily Green (guitarras), Dominic DiGesu (baixo) e Max Bassin (bateria) – parecem ter encontrado a química perfeita para nos fazer acreditar que este é o disco que marcará esta década até aqui.
Exagerado!? Talvez, mas o que o Geese entrega com Getting Killed é algo que o aproxima de diferentes fontes – vejo algo que vai de um Bob Dylan doentio e fragilizado até um Beck em seus melhores momentos entre Mellow Gold e Odelay.
Getting Killed não é fácil; 3D Country também não o era. Porém, neste intervalo que separa os dois discos, é possível que algo tenha se quebrado – ou reunido, sei lá – e é justo deste processo bastante particular temos diante de nossos olhos um disco que provavelmente nos acompanhará durante muito.
A molecada do Geese parece ter encontrado a rota certeira para “entortar” nossos espíritos e nos levar em um sopro de euforia. Talvez por isso deva confessar que há muito não escutava algo tão novo e instigante como Getting Killed. O disco é, desde já, um clássico… Veio ao mundo assim e que bom que esteja por aí.





